Especialista destaca que integrar corpo, mente e rotina é essencial para melhorar a vida de milhões de pacientes.
A dor crônica afeta aproximadamente 30% da população mundial, conforme dados da Organização Mundial da Saúde. No Brasil, a situação é ainda mais evidente: quase 40% dos adultos convivem com algum tipo de dor crônica, segundo o IBGE. O impacto na qualidade de vida é profundo, atingindo aspectos físicos, emocionais, sociais e profissionais. Diante desse cenário, o anestesiologista e especialista em medicina da dor Dr. Alesson Marinho Miranda, formado pela Santa Casa de São Paulo e UNIFESP, destaca-se nacionalmente por sua atuação clínica, produção científica e presença constante em eventos internacionais que discutem avanços no manejo da dor.
Dr. Miranda enfatiza que a abordagem multidisciplinar é a base mais sólida e moderna para o tratamento da dor crônica, pois considera o paciente como um todo. “Quando integramos diferentes profissionais, médicos, fisioterapeutas, psicólogos e terapeutas complementares, conseguimos enxergar dimensões físicas, emocionais e funcionais que isoladamente passariam despercebidas”, explica o especialista. Essa visão ampla permite construir planos terapêuticos personalizados, capazes de reduzir a dor, melhorar a funcionalidade, diminuir a dependência de analgésicos e restaurar a qualidade de vida.
No campo medicamentoso, o Dr. Miranda descreve um arsenal que vai muito além dos analgésicos básicos. “Utilizamos anti-inflamatórios, paracetamol e analgésicos adjuvantes, como antidepressivos e anticonvulsivantes, fundamentais na dor neuropática. Em situações específicas, avaliamos opções como naltrexona em baixa dose (LDN) ou cetamina, sempre com prescrição e acompanhamento médico”, destaca. O objetivo é modular a dor sem excessos, com segurança e de maneira individualizada.
As terapias físicas e complementares também ocupam papel central no tratamento. Fisioterapia, fortalecimento muscular, liberação miofascial, mobilizações e recursos analgésicos atuam diretamente na reabilitação funcional. Modalidades como acupuntura, massagem, Pilates e yoga auxiliam na redução da tensão e no bem-estar geral. Já a terapia por ondas de choque atua estimulando a regeneração dos tecidos, aumentando a circulação local e modulando os receptores de dor por meio de estímulos mecânicos de alta energia. Esse mecanismo reduz a inflamação, acelera a cicatrização e promove alívio duradouro da dor, especialmente em casos musculoesqueléticos crônicos.
Outro pilar destacado pelo especialista é o acompanhamento psicológico. “A Terapia Cognitivo-Comportamental ensina o paciente a lidar com a dor, reduzir o estresse e melhorar o sono. Técnicas como meditação, respiração e mindfulness trazem resultados expressivos”, afirma. Para o Dr. Miranda, ignorar a mente no tratamento da dor é negligenciar parte essencial do problema.
Somam-se a isso as mudanças no estilo de vida, que muitas vezes determinam o sucesso terapêutico. A prática regular de exercícios, alongamentos, alimentação equilibrada, controle de peso e higiene do sono criam condições para um corpo mais resiliente. “A dor crônica funciona como um ciclo vicioso: se não tratarmos a causa do desequilíbrio, não há resultado duradouro. Sem essa correção, o paciente sempre volta à estaca zero”, lembra.
Por fim, o especialista ressalta que, em casos específicos, intervenções minimamente invasivas podem ser consideradas: bloqueios nervosos, infiltrações guiadas por imagem e outros procedimentos que visam reduzir a dor quando terapias convencionais não são suficientes. E também a medicina regenerativa com uso de enxertos autólogos que visam uma recuperação mais rápida quando necessária, como as lesões de atletas, por exemplo, onde tem sido bastante utilizada.
Para o Dr. Alesson Marinho Miranda, o caminho é claro: o tratamento da dor crônica deve ser multimodal, humano e personalizado, sempre focado na recuperação global do paciente e na devolução de autonomia e qualidade de vida.
